quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Chegada das crianças

A Chegada para as Férias

A casa voltou a funcionar mais algumas vezes e depois foi fechada sendo eu o ultimo a saber, como pode, eu o ultimo a saber sendo o gerente ficar sabendo que o dono da casa não abriria mais sem ter me consultado. Isso me cheirava uma coisa, o tal balão em funcionário, ele não iria me pagar de novo, e isso já se somara 02 meses sem receber, e com o carro que ele tinha me arrumado para trabalhar e utilizar para a divulgação que era a Chrysler Grand Caravan, esse carro com capacidade para 07 pessoas e porta mala, teria que ser vendido para poder pagar as pessoas que ele estava devendo, procurando saber onde estava todo aquele dinheiro que entrou na casa ele não soube me dizer onde foi parar, me contando que não importava porque ele venderia esse e o Fusion dele.

Entrei em contato com minha ex para saber dos meninos, eles estavam ansiosos com a vinda para cá, lógico que não medi esforços para buscá-los no começo de julho do ano de 2010, seriam as férias deles comigo, e eu sei que eles estavam precisando ficar um tempo sem ninguém brigar com eles ou bater neles.

Entreguei o carro para receber depois e fui buscá-los, pedi ajuda a minha mãe, pois eram 03 crianças e malas. Chegando no interior descansei na casa de um parente meu, que lá reside, e no dia seguinte bem de manhã as 07:00hs fomos buscá-los, e quando minha ex atendeu ela estava toda arrumada, estranhamente há essa hora, cabelo, roupa, nunca tinha sido de costume dela levantar cedo, coisa que quase toda mulher detesta fazer, e logo foi me dizendo que não via a hora deles irem comigo, porque ela merecia umas férias, uma folga, quando fomos entrando notei como estava suja a casa, e como tinha coisa jogada, roupas, DVD’s, livros e as crianças ainda dormindo. Ela falou que meu gordinho, o mais novo que com 1 ano e 11 meses, não se lembraria de mim, pois fazia 1 ano desde a nossa separação, e ele foi acordando e quando me viu, apontou seu dedinho despertando um sorriso e falou;

- Papai... papaaiiiiiiiiiiiiiiii...!

Veio para o meu colo e não saiu mais, e a minha gatinha do meio com 04 anos me abraçou e falou;

- Papai, você demorou vim me buscar! Agora eu quero morar com você, eu te amo pai, você vai me levar com você?

E o mais velho, com 09 anos sorria, sorria de felicidade, demonstrava surpresa quando o notei, estava cabeludo, magro e com a voz tremula me perguntou, se iria comigo também?

- Gente é claro! Vocês todos vão comigo, alias todos aqui são meus filhos e as férias de vocês são em São Paulo comigo, o que acham?

Um heeeeeeee surgiu de um grito tímido e minha ex que estava começando a fazer as malas começou a resmungar dizendo que não estava acreditando no que estava vendo, sobre o mais novo se lembrar de mim, falou que ele não podia escutar uma voz grossa de homem que começava a chamar papai, e recordou que com ele não foi diferente, mas lembrava muito bem que durante suas gestações eu conversava e colocava musicas para eles escutarem em quanto ela tentava dormir, sem contar que muitas vezes eu pintava a barriga dela brincando com meus filhos. Notei uma certa fraqueza forçada nas palavras dela.

Não conseguia olhar pra ela e ver uma mulher arrependida, com o coração partido, perguntei como estavam as coisas e falou que estava na mesma ainda com suas bijus pra vender, aconselhei a arrumar um emprego, sair trabalhar, conhecer pessoas novas, aprender coisas novas fazendo cursos, que isso fazia muito bem para a mente e para o espírito, e talvez conseguisse arrumar um homem melhor do que fui pra ela. Ela terminou a mala e nem quis trocar as crianças, do jeito que eles acordaram, eles foram para São Paulo.

Quando chegamos em casa, desfizemos as malas e percebemos que as roupas eram todas velhas, curtas, sujas e encardidas, algumas nem serviam mais neles, parecia que a única roupa que realmente estava prestando era a que eles tinham vindo, os pijamas. Tinha que arrumar um jeito de comprar roupas pra eles. Eu lembrei que antes era bem diferente comigo, talvez por minha causa, eles andavam bem arrumado, cheirosos, com roupa de marca, mas também era eu quem os arrumava e com a minha gatinha eu tinha um cuidado diferente com o cabelo dela, e em falar nisso.

- Nossa filha, por que seu cabelo ta assim? – eu

- Assim como pai? – ela

Lembrei que ela sempre foi muito vaidosa e tinha um cabelo lindo, mas dava muito trabalho, e vaidosa como era se dissesse que estava feio ela com certeza iria chorar e ficar muito magoada, então...

- Assim filha, curto e seco, você não tem passado o creme? E também parece que não escova mais! – eu

- Minha mãe pai, ela cortou o meu cabelo lá em casa, e disse que não tinha tempo pra cuidar dele, e ela só tinha creme para o cabelo dela, mas para mim não. – ela

- eu chorei muito pai, eu não queria cortar o meu cabelo. – ela

o silencio pairou durante 1hora, e depois de uma bela refeição todos ficaram bem exaustos e foram dormir ainda não acreditando que estavam comigo.